Representantes de pelo menos 07 povos indígenas participam em Boa Vista da etapa na Comunidade Educativa dos acadêmicos indígenas de Roraima da 2ª Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena (II CONEEI). O evento aconteceu nos 2 e 3 de março no Auditório do Pronat/UFRR. Cerca de 622 participantes, entre lideranças indígenas, acadêmicos e professores indígenas, estudantes indígenas, professores das universidades, comunidade indígena em geral, além de representantes de instituições governamentais e não governamentais.
No centro do debate está o Sistema Nacional de Educação e a Educação Escolar Indígena, visando um regime de colaboração, participação e autonomia dos povos indígenas. Entre os temas foram discutidos política específica para o ingresso de indígenas na educação superior ; o fortalecimento da cultura indígena e do estudo bilíngue ou multilíngue no ensino médio, bem como a revitalização da língua indígena quando necessário; a inclusão de indígenas na direção, coordenação e secretarias das escolas nas aldeias; além de práticas pedagógicas.
Participaram O CEFORR, INSTITUTO INSIKIRAN, IFRR/AMAJARÍ, UERR, CLARETIANO, ESTÁCIO ATUAL, UNIVIRR.
Desta etapa da Conferência da Comunidade Educativa a saíram as propostas para a política nacional de educação indígena. O documento será incorporado a contribuições oriundas de conferências nas comunidades educativas dos estado de Roraima. E discutida na Conferência Regional, que deverá ser realizada até agosto de 2017. A Conferência Nacional, está prevista para acontecer em Brasília, no mês de novembro/2017.
A primeira CONEEI foi realizada em 2009, na qual foi proposta a criação do Sistema Nacional de Educação Escolar Indígena. Um passo importante para o Sistema foi a ratificação da política dos territórios étnicos-educacionais, cujo comitê gestor é composto por representantes dos povos indígenas e de instituições do governo federal, como o Ministério da Educação (MEC) e a Fundação Nacional do Índio (Funai). Em todo o país, são 25 territórios pactuados. Mas que, de acordo com as lideranças indígenas, ainda não atende a todas as necessidades dos índios, pois muitos povos não conseguiram se integrar ao projeto na forma como está atualmente. Daí a busca pela autonomia do povo indígena no que tange a participação ou não ao território étnico educacional.
Publicado por: Wendell Marques
